No Tempo das Matinês - Emoções no Cinema de Bairro
Autor(a)(es): Diamantino da Silva, Umberto Losso, Kendi Sakamoto
Organizador(a):
Edição/Ano: 2008
Páginas: 206 páginas
ISBN: 978-85-63541-03-1
Formato: 18x26cm
No Tempo das Matinês - Emoções no Cinema de Bairro
Emoções no Cinema de Bairro
Já deu pra perceber que os heróis de hoje no cinema matam por qualquer motivo e são obcecados por sexo. Antigamente os caubóis da tela como Gene Autry, Roy Rogers, William Boyd, Charles Starret, Tim Holt e Rocky Lane davam um bom exemplo para a garotada que ia assisti-los nas matinês dos velhos "poeiras", programas duplos de bairros, que faziam sucesso no mais longínquos confins da terra. Era um gênero que há muito desapareceu do cinema: o western B, fitas de médio e baixo orçamento, produzidas para programas duplos e estreladas por astros caubóis, geralmente campeões de rodeios e cantores de música "country".
Cada matinê domingueira apresentava dois episódios de um seriado (quando o mocinho depois de muitos contratempos e investigações, estava amarrado e inconsciente à mercê de uma serra circular que acionada por um motor, vinha em sua direção). Assim terminava o episódio e... volte na próxima semana para descobrir como nosso herói se livrava dessa encrenca.
A seguir era exibido um longa-metragem, normalmente um drama ou história de amor, um suplício para a garotada que tinha que agüentar enquanto esperava o melhor do programa, o faroeste. E a gritaria começava logo que aparecia a água da Republic, logotipo de um dos nossos preferidos estúdios por conter os mais famosos especialistas em western classe B e de seriados: a Republic Pictures.
Este livro tem como propósito principal apresentar num relatório feito por dois amigos, que embora só viessem a se conhecer na fase adulta, em suas infâncias e juventude porém, comungaram como outros milhões de jovens espalhados por todo o Brasil, das mesmas emoções que as matinês proporcionavam do final dos anos 30 até meados de 50.
Santistas de nascimento, ambos com boas aptidões para o desenho, bem cedo incluíram o cinema (filmes de western e seriados) e as histórias em quadrinhos, como seus passatempos favoritos.
No Tempo das Matinês é no fundo também um trabalho coletivo. Além do empenho dado por seus autores nos objetivos dos ensaios deste trabalho, contamos também com a colaboração e preocupações de pesquisa de amigos que no anonimato colocaram a nossa disposição fatos, recortes e dados que muito ajudaram na feitura final desta obra.
Sem pretender tornar-se um trabalho definitivo, No Tempo das Matinês situa-se entre as múltiplas coletâneas que abordam o cinema de um modo geral e as publicações menos numerosas que tratam de suas salas exibidoras através do tempo.